sábado, 13 de setembro de 2008

MUNDO DE RAFINHA




Não só eu pertenço a este mundo, como praticamente todos os jovens pertencem, nos nascemos nele e não sabemos como é viver sem esse.
O adolescente de classe média faz pesquisas na internet, assiste à televisão, ouve música, manda mensagens pelo celular e participa de múltiplos chats e fóruns de discussão online, tudo ao mesmo tempo. Além disso, os desenvolvimentos tecnológicos mais recentes favorecem a mobilidade. Com o advento do wireless e o desenvolvimento de aparelhos e dispositivos portáteis, a rua torna-se uma extensão do universo privado. O celular ou o laptop são os portais de acesso à riqueza e multiplicidade da existência virtual. Esta mobilidade resulta em uma sensação de liberdade e percepção de que se tem o mundo inteiro nas próprias mãos.
A tecnologia se tornou a ferramenta da afirmação autônoma dos jovens no mundo e um meio desses jovens se lançarem no universo social, ainda que virtual, um lugar onde eles exercitam critérios de amizade e onde buscam padrões de comportamento. Jovens não costumam apreciar burocracias e intermediações e, na internet, seus desejos são acessados diretamente – como exemplificado pelo rápido download de arquivos mp3.
Ainda com a tecnologia os jovens têm mais aceso, e com isso mais informação que um jovem do passado, tendo, então um poder crítico muito maior. A tecnologia mudou nossas vidas e foi, com certeza, para melhor.

FORMANDOS

Algumas fotos de formandos do ano de 1933, 1942, 1944, 1945.


quinta-feira, 11 de setembro de 2008

FOTOS




ESCOLA TÉCNICA DA UFPR

Na Curitiba da década de 1930, meninos e meninas de ascendência germánica, em sua maioria, eram matriculados nas escolas particulares fundadas por indivíduos pertencentes à chamada colonia alemã, escolhidas por seus pais segundo as confissões religiosas a que pertenciam. Os envangélico-luteranos davam preferencia ao ensino ofertado pela Escola Alemã/Colégio Progresso, a qual muitos haviam frequentado, bem como alguns de sus pais e, quiça, seus avós.

Enquanto instituição de ensino e local de formação de valores, de hábitos e
de condutas, a Escola era vista como instrumento para promover a transformação do
país. No decênio 1930, a educação ganhava relevância política posto que iria
forjar o caráter da sociedade, possibilitando o surgimento do homem participativo, o
trabalhador indispensável para o progresso da nação. Os discursos apontavam para
o raiar de um “tempo novo”, contado a partir do chamado "movimento
revolucionário", e reforçado em 1937, por ocasião da implantação do Estado Novo,
como uma continuação do processo.

Nos Estados brasileiros que receberam maior número de imigrantes, a
iniciativa de fundar escolas particulares partiu de alguns destes grupos, cada qual
com características específicas, segundo a procedência das etnias, as
necessidades, o tempo e o local determinantes.142 As escolas privadas, mantidas pelos imigrantes germânicos e/ou seus descendentes, representavam um número
expressivo, 1.579 escolas em 1937, e podiam contar com um apoio externo que
previa um sistema integrado de ensino.143 Neste sistema complexo, não havia um
padrão único de escola, entretanto podem ser distinguidos ao menos três modelos
de oferta: escolas formadas em núcleos urbanos e mantidas por sociedades
escolares; as comunitárias, localizadas nas colônias; e as mantidas por
congregações religiosas.

Entrevista com Izolde, ex-aluna da Escola Alemã
RS : Entrevistador

Realizada dia 7 de abril de 1998, com Izolde.

RS – A religião de vocês...
I – Era protestante, luterana, e depois quando eu casei, eu virei pro católico.
RS – Descendente de alemães?
I – Não, meu pai era descendente de suíços, e minha mãe era de alemães.
RS – A Sra. nasceu em Curitiba?
I – É. {...}
RS – Como a Sra. ia para o colégio?
I – A pé.
RS – Quantos irmãos a Sra. teve?
I – Dois.
RS – Eles também estudaram no colégio?
I – Também.
RS – Em casa, usavam o alemão?
I – O alemão. Só até mocinha, depois meu marido não falava alemão.
RS – A Sra. ensinou a língua alemã para seus filhos?
I – Não. É que meu marido não falava o alemão e eu achava ruim eu falando alemão e ele
não entender. Com minha mãe, sozinha, eu falava. {...}
RS – Quais foram os colégios que a Sra. estudou?
I – Eu só estudei nesse. Primeiro era Escola Alemã. Depois quando passou pra ginásio daí
ficou Colégio Progresso, depois da guerra né, durante a guerra.
RS – Em que período a Sra. estudou?
I – Eu entrei com ... 7 anos,... deixa eu ver... é, 7 anos, fiz 8 anos de primário, depois passei
pro ginásio, mais 4 anos.
RS – Tinha exame de Admissão?
I – Não, passava direto. Eu fiz 8 anos primário, né, e o ginásio, eram 4 na época, mas esses
4 anos não contava, comecei desde o comecinho, primeiro ano do ginásio.
RS – Então vamos recapitular. A Sra. fez Jardim de Infância?
I – Eu fazia na igreja, na Trajano Reis, que agora é o Colégio Martinus.
RS – Certo. Aí a Sra. saiu de lá e foi pra Escola Alemã.
I - Sim.
RS - Aí a Sra. fez quantos anos? se chamava primário?
I – 8... Não sei. Porque era tudo em alemão, né...
RS – E a Sra. fez 8 anos então, e depois?
I – Depois passei pro ginásio e fiz mais 4 anos.
RS – E esse ginásio era à tarde?
I – Era à tarde, é, era à tarde. Mas depois que acabou, vamos dizer, acabou bem dizer a
Escola Alemã, daí já era o ginásio Progresso né mas...
RS – Mas ela acabou quando?
I - Acho que foi depois da guerra... ou pelo menos durante...
RS – E a Sra. lembra, depois da guerra, daquele prédio... ele havia sido fechado... ou não?
I – Não, acho que não. Porque já era Colégio Progresso, já era... Porque no primário a gente
só estudava em alemão, só tínhamos uma aula em português, que era o Português mesmo,mas depois que passou pra Colégio Progresso, aí nós tínhamos tudo em português. Daí
ficou Colégio Progresso...
RS – Tá, o que eu quero que a Sra. me ajude é: se fechada essa Escola Alemã, que
funcionava no período da manhã, esse ginásio, que chamam «ginásio do professor
Moreira», ou então «ginásio do colégio Progresso», ele continuou existindo, só ele, sem a
Escola Alemã, ali, naquele local?
I – Só ele, ali naquele local. {...} Porque eu quando eu saí da escola, ele ainda estava ali na
pç. 19 de Dezembro. Daí depois quando ele mudou... bem daí eu já tinha saído...
RS – A Sra. lembra qual o período em que estudou lá?
I – É só fazer as contas... entrei com 7 anos, nasci em 24, ... 24 com 7... 31. Então entrei em
31 na Escola Alemã. Fiz os 8 anos... 39. Depois mais 4 de ginásio.
RS – {...} Esses 4 de ginásio... 39 mais 4, dá 43... A Sra. fez esse ginásio exatamente
durante a guerra, não teve interrupção nenhuma?
I – Não, fiz normalmente.
RS – Bem, então vamos continuar... como a Sra. ia para o colégio?
I – Ia a pé.
RS – Lembra se tinha mensalidade, se era pago?
I – Era pago.
RS – A Sra. se lembra se algum dia seu pai comentou sobre o pagamento, se era caro ou
barato, ou algo assim?
I – Não, isso ele nunca comentou. Porque outras alunas lá, vamos dizer que não pudessem
pagar, eles faziam abatimento né. Ou então se tivessem mais alunas, irmãs que
estudassem juntas... aí eles faziam desconto.
RS – Dos professores, a Sra. lembra de algum?
I – Tinha o prof. Scheil que era o diretor, da Escola Alemã. Tinha o prof. Stölzer... Stöl ...não
sei como é que é, esse dava aula de ... acho que era de Ciências...
RS – Como se escreve o nome dele?
I – S-T-O... Com o "o" com os pontinhos... Tinha o Schreiber... o Staude, a Rieckes, essa
era a professora de trabalhos, bordado, tricô... mais bordados. O Wolff era ...acho que de
Matemática se não me engano. O Schlechter, a Florentina Macedo de... de Português acho.
RS – Tem alguma história de professores pra contar, que ficou na memória?
I – Não, acho que não...
RS – Dos colegas, a Sra. lembra de alguém?
I – Lembro...
RS – Ao longo do tempo, a Sra. fez reuniões com esses colegas, encontrou alguém...
I – Não (...) saí do colégio.
RS – Eu participei de um jantar dos ex-alunos, nestes a Sra. nunca foi?
I – Ah, eu fui no primeiro. Há quantos anos... que eles fizeram... {...} Algumas colegas eu
ainda lembro o nome.
RS – Quem sabe a Sra. um dia coloque no papel os nomes delas pra me dar... seria
interessante.
I – Tem umas que já morreram...
RS – Na Escola Alemã, se lembra de colegas não alemães?
I – Só me lembro de uma, até era uma pretinha. O nome dela era Joana.
RS – E ela aprendeu a falar alemão?
I – Ela não ficou muito tempo.
RS – A Sra. se lembra se... quem sabe era adotiva, ou algo assim?
I – Não. Não. Não era adotiva.
RS – E no ginásio, daí tinha mais alunos não alemães?
I – A maior parte eram alemães. Porque todos quase, eles foram da escola e passaram
pro... pro Progresso. Muitos saíram, mas muitos ficaram pra fazer o ginásio.
RS - Quer dizer que, pelo que a Sra. me conta, é como se tivesse feito duas vezes o
ginásio?
I – Isso mesmo.
RS – Por que, não tinha validade o [ginásio] da Escola Alemã?
I – Os 4 anos que eu fiz extra, não.
RS – O governo não reconhecia?
I – Eu não sei porque naquele tempo o ginásio era 4 anos e tava acabado, né. E como eu já
tinha feito ... pra mim foi fácil de fazer, porque as matérias eram boas. A Escola Alemã foi
ótima pra mim. A base foi de lá. Muito boa.
RS – Como era a merenda?
I – A gente levava a merenda. Pão com manteiga, broa com banha, às vezes uma fruta...
fruta geralmente, não muito.
RS – E pra tomar?
I – Pra tomar, nada.
RS – Como era levado esse lanche, não tinha lancheira...
I – Tinha, uma lancheirinha sim [risos]
RS – Do edifício do colégio, o que a sra mais lembra?
I - ... Como é que vou dizer... tinha as escadas...que subiam pro primeiro andar, depois tinha
mais uma escada lá pra cima que morava o zelador...
RS – Nesse sótão, o que a Sra. lembra que tinha lá em cima?
I – Lá em cima não podíamos entrar. Lá era só do zelador e não era permitido subir.
RS – Havia alguma coisa que pudesse ser chamado de uniforme?
I – Nós não tínhamos uniforme.
RS – Nem nesse colégio, o do professor Moreira, nem um de cor cáqui?
I – Tinha a juventude hitlerista, né... eu não tive. [risos]
RS – Eu me refiro a um uniforme que era utilizado nos desfiles ...
I – Não, isso eu não me lembro.
RS – Quantas salas tinham no prédio?
I – Tinha 4 embaixo, 4 em cima...
RS – Tinha um sino para dar o sinal?
I – Era um sino.
RS – Tinha aula de Música?
I – Tinha, com o Staude e depois mais tarde com o prof. (...), era um italiano. Mas acho que
não era na Alemã, era no ginásio... Ele dava aula de canto, mostrava as notas...
RS – Tinha piano?
I – Tinha.
RS – Dentro do colégio?
I – Dentro do colégio.
RS – Em que local?
I – Acho que era numa sala...
RS – Então tinha uma sala só de música?
I - ... mas no primário acho que nós não tínhamos... com o Staude... eu não me lembro se
ele era professor de Música...
RS – Com violino?
I – Eu não me lembro.
RS – Nem que batia com o arco do violino?
I – Ah... ele batia com uma regüinha... na mão...
RS – Mas ele era professor de Música da Escola Alemã?
I – Eu não lembro de muuiiita coisa!
RS – E o recreio, como era?
I – A gente brincava! De pular corda, de conversar... era mais pular corda...
RS – Como eram as salas de aula, janelas, imagine-se lá dentro e me conte...
I - .... Bem, as carteiras eram comuns, as janelas tinham aqueles é... as cortinas, que mais...
até me lembro que eu quebrei uma vez uma vidraça...
RS – E daí?
I – Tinha de pagar! Porque tinha aqueles pauzinhos, pra cortina ficar... abaixada, e eu fui
fechar a janela e... [risos] não reparei no pauzinho... e quebrou o vidro, mas daí tinha de
pagar. Tinha que ir lá na diretoria, ... era muita disciplina, né... mas era bom...
RS – Meninos sentavam com meninas?
I – As meninas eram separadas, no primário. E no ginásio não.
RS – O recreio era separado na Escola Alemã?
I – Era separado.
RS – E no ginásio do Colégio Progresso?
I – Acho que também era separado.
RS – As portas eram de madeira?
I – De madeira.
RS – Tinha algum vidro, alguma janelinha na porta?
I – Não.
RS – Aula de Religião, a Sra. tinha?
I – Aula de Religião... não, acho que não.
RS – Aula aos sábados?
I – Tinha.
RS – No mesmo horário?
I – É.
RS – E quando a Sra. estava no ginásio do Progresso, tinha aula sábado?
I - ... Aí eu também não posso te dizer, mas eu acho que tinha.
RS – Hora de entrada e de saída...
I – A gente entrava às 8 horas e saía... acho que meio-dia.
RS – Quando a Sra. entrava, a Sra. fazia fila pra entrar?
I – A gente fazia fila.
RS – Alguém ficava olhando?
I – Ficava, os professores ficavam olhando.
RS – A Sra. se lembra de alguma comemoração que tivesse nesse pátio, na entrada...
I – Não.
RS – Tinha Educação Física?
I – Não.
RS – Nem no ginásio?
I – Acho que não. A gente... a gente fazia teatro.
RS – Quando?
I – No... no primário.
RS – Pra quem?
I – Pros pais né... os pais iam... cada fim de ano... né, eles faziam um teatro.
RS – Todas as séries?
I - Todas as séries.
RS – E onde ensaiava?
I – No Concórdia.
RS – Qual o horário das aulas de trabalhos manuais?
I – No mesmo horário da aula.
RS – Recapitulando: todas as aulas eram em alemão, menos o português e quando foi para
o ginásio do Progresso, tudo era em português e não tinha alemão, correto?
I - Sim.
RS - E tinha Inglês?
I – Tinha.
RS – Das provas, a Sra. se lembra de alguma coisa?
I – Eu acho que era uma por mês...
RS – Dos castigos, o que a Sra. se lembra?
I – Não me lembro de castigo [risos]
RS – Nem de um colega seu?
I – Não...
RS – Não tinha palmatória?
I – Palmatória tinha para os meninos. Eu sei que o Staude puxava aqui [mostrando as
têmporas] dos meninos, o cabelinho aqui. Mas só dos meninos.
RS – Se lembra de algum prêmio?
I – Não.
RS – Tinha alguma comemoração cívica?
I – Acho que antes de entrar pra escola a gente cantava, isso no ginásio...
RS – A sra se lembra de algo que queira contar e eu não tenha perguntado?
I – ...pera aí.... No ginásio a gente fazia comemoração do dia sete de Setembro, isso eu me
lembro agora. Mas eram comemorações pequenas.
RS – Tinha algum desfile na rua ?
I – Tinha. Pro ginásio nós desfilávamos na rua, era 4 de setembro, 7 de setembro, 15 de
novembro, qualquer feriadinho a gente tinha que desfilar.
RS – E pra esses desfiles, ia com que roupa?
I – Ia com saia azul-marinho e blusa branca. Com chuva ou sem chuva, a gente saía.
RS – E nos 8 anos que a Sra. esteve na Escola Alemã, não tinha desfile?
I – Não. Na rua não.
RS – A Sra. se lembra de ter ido fazer Educação Física, ou um passeio fora da escola?
I – Ah sim, fazia piquenique! Lá na... chácara do Schaffer, onde é o canal 4 agora, naquela
zona lá. Os pequenininhos iam num caminho mais curto e os maiores num... era toda a
escola daí. Daí os mais velhos iam por um caminho mais longo, andar.
RS – E vocês saíam a pé?
I – É, a pé.
RS – E o que levavam pra comer?
I – Merenda, né. Lá a gente ganhava laranja... Levava mais sanduíche, essas coisas.
RS – Iam professores, pais e alunos?
I – Não, os pais não iam, só os professores. E os alunos. Depois tinha também, que eles
chamavam em alemão Gustavhaus , que era lá no ... onde é a fábrica de bolachas, a
Lucinda, lá pra aquela zona (...). A gente ia lá, daí a gente plantava... era uma casa lá. A
gente plantava, depois eles davam almoço, ainda me lembro do almoço, era feijão, lingüiça,
[risos] ... muito bom!
RS – Por que, em que ocasião?
I – Não sei porque, acho que pra ensinar a plantar, ou... ter amor à terra, sei lá.
RS – E quem ia, só os alunos mais velhos?
I – É. Só os últimos anos. Mas isso era poucas vezes, eu acho que a gente só foi uma vez,
não sei...

http://dspace.c3sl.ufpr.br:8080/dspace/handle/1884/8017




Os Alemães: Histórico


“Vamos partir agora”.
Para o belo país América,
Cada qual arrume sua trouxa,
As dívidas deixamos aqui.
A América, irmãos,
É um belo país,
Deus deu-o de penhor
Ao Pai Abraão”.
Assim conclamava uma cantiga folclórica encontrada em certas regiões da Alemanha. De certo modo, ela expressava um padrão de comportamento que, ao longo do século XIX, passou a ser comum e até estimulado nas camadas sociais mais pobres: a emigração. Nessa época, em diversos países da Europa, ocorreram desequilíbrios demográficos e econômicos, êxodo rural, industrialização, urbanização e movimentos revolucionários, levando massas populacionais a partir para a América do Norte e do Sul, a Austrália e outros lugares em busca de trabalho e terra.
Na Alemanha, é no início do século XIX que ocorreu a abolição da estrutura feudal, provocando uma revolução agrícola à qual se somou uma revolução democrática. Nesse processo, os pequenos camponeses acabaram perdendo suas terras ou as condições de sobreviverem trabalhando nelas, sem contudo serem absorvidos por indústrias ainda pouco desenvolvidas. E quando a industrialização teve um grande impulso a partir de 1870, requisitando mão-de-obra, foram desta vez os artesãos e trabalhadores da indústria doméstica que se arruinaram, não resistindo à concorrência das grandes empresas. Para muitos desses camponeses e artesãos, a única alternativa à proletarização foi sair do país. Além disso, as lutas pela unificação da Alemanha – efetivada em 1871 em torno da Prússia – também contribuíram para a expulsão de muitas pessoas de regiões afetadas pelo conflito.


No Brasil, antes mesmo da Independência (1822), alguns imigrantes alemães já tinham se estabelecido na Bahia. Mas o marco histórico da imigração alemã para o Brasil foi a fundação, em 1824, da colônia São Leopoldo, no Rio Grande do Sul.
O Rio Grande do Sul recebeu a maior parte desses imigrantes alemães, seguidos de Santa Catarina e o Paraná. Se comparados à dos Estados Sulinos, a imigração nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro foi quantitativamente pequena.

Os imigrantes alemães, durante muito tempo, preservaram em suas colônias a língua, os costumes e a cultura de origem, formando um mundo quase à parte da sociedade brasileira. Na foto ao lado, de 1919, alunos da Escola Teuto-Brasileira de Santa Clara, no Rio Grande do Sul.
Além de se dedicarem à agricultura, os imigrantes alemães mantinham oficinas domésticas. Muitas delas se desenvolveram, dando origem às indústrias. Na foto, aspecto da indústria de couro de Gustavo Klohn, em Ijuí, Rio Grande do Sul.
Em São Paulo, as experiências iniciais de núcleos coloniais com imigrantes alemães, realizadas na década de 1820 na capital e arredores (Itapecerica e Santo Amaro), deram resultados insignificantes. Os que entraram a seguir vieram para trabalhar na lavoura de café. Esse foi o caso dos alemães e suíços (de fala alemã) que se estabeleceram, no final da década de 40, na Fazenda Ibicaba (hoje Rio Claro), em regime de parceria. Mas, em 1859, revoltas e denúncias de “escravidão” nessas fazendas levaram o governo da Prússia a proibir a emigração para o Brasil. Décadas depois, essa restrição foi revogada para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e o Paraná – o que reforçaria a corrente imigratória alemã para o Sul do país. Ainda em São Paulo, grupos de imigrantes suíços e alemães oriundos das fazendas de café estabeleceram-se independentemente, fundando colônias como a Friedburg (Friburgo), perto de Campinas, em 1875, ou tornando-se eles mesmos fazendeiros de café, como os de Helvécia, em Indaiatuba, e de Valinhos.
Revoltas em fazendas de café também ocorreram no Rio de Janeiro. Na cidade do Rio fundaram-se várias associações teuto-brasileiras, como a Sociedade Germânica de Associação Beneficentes dos Alemães, que socorriam os imigrantes em dificuldades. Petrópolis é um exemplo de cidade fluminense povoada por alemães.
No Espírito Santo, muitos dos alemães ali estabelecidos como pequenos produtores de café eram proletários rurais da Pomerânia (atualmente, parte da Polônia).
Em Minas Gerais desenvolveu-se o núcleo alemão de Mucuri.
Em 1855, trabalhavam 3.500 colonos na província de São Paulo, dos quais 290 (isto é, 8%) em sete fazendas em Campinas. Segundo o fazendeiro Floriano Camargo Penteado, em seu ofício de 13/11/1857 ao presidente do município, era impossível aos colonos realizarem um bom trabalho naquelas condições de endividamento a que eles haviam chegado na fazenda. Nesse caso, dizia o fazendeiro, não importavam as cláusulas do contrato, pois a falta de motivação dos colonos gerava preguiça.
A saída dos colonos das fazendas da região de Campinas iniciou-se nos anos 50 e estancaria apenas com a abolição. Segundo Handelmann, autor de uma História do Brasil, 20 famílias de colonos alemães, originários da Fazenda Ibicaba, migraram em 1851 para uma região próxima a Campinas. Ali, compraram terras para plantar café, chamando a fazenda assim formada de Nova Campinas.
Também na região de Campinas, surgiu, entre 1864 e 1877, uma pequena colônia agrícola, denominada Friedburg (Friburgo), formada por várias famílias de origem alemã. Seus primeiros moradores haviam vindo da região do Reno em 1847 para a Fazenda Ibicaba. Logo em seguida, chegaram duas famílias suíças de Berna e, entre 1870 e 1877, várias famílias alemãs de Schleswig e Holstein, que já tinham estado na Fazenda Sete Quedas. Em Friburgo produziram-se batatas, milho, verduras, ovos e derivados de leite. Uma ou mais vezes por semana, esses produtos eram levados em lombos de burro para a cidade, e vendidos de casa em casa. Desse núcleo colonial também se originaram “filiais”: Monte Mor, Elias Fausto, Cruz Alta e Bauru.
Na cidade de Campinas, segundo os dados de 1873, vivam 40 artesãos autônomos de origem alemã. Havia também cerca de 30 estabelecimento comerciais e pequenas indústrias mantidas por alemães. Na época, Campinas contava com uma população de cerca de 10.000 habitantes, dos quais 150 a 200 famílias (750 a 1.000 pessoas) descendiam de alemães, cuja maioria haviam sido colonos.
No século XX, levas de imigrantes continuaram a chegar ao Brasil, constituindo novos núcleos coloniais, alguns dos quais no Paraná. Mas após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), da qual a Alemanha saiu derrotada, os alemães que para cá vieram não eram mais, em sua maioria, agricultores: entre eles estavam burgueses arruinados, trabalhadores sem emprego e militantes políticos, tanto de direita como comunistas, desgostosos com o governo republicano que havia sido estabelecido em 1918, em meio a um clima de convulsão social com muitas agitações operárias. Havia também oficiais do exército do Império Alemão que antecedeu a República, funcionários aposentados, artesãos e operários qualificados, médicos, engenheiros, advogados, comerciantes, professores e elementos das antigas colônias na África. Estes últimos dirigiram-se preferencialmente para os Estados do Sul, onde se ressentiram da falta de mão-de-obra barata e abundante com que estavam acostumados na África.
Na década de 20, o avanço do regime comunista motivou a vinda para o Brasil de romenos, poloneses e russos de fala alemã. Muitos deles rumaram para o Sul, depois de permanecerem por algum tempo nos cafezais paulistas. Na década seguinte, diminuiu o movimento imigratório para o país, e entre os que entraram a maioria era de refugiados do regime nazista instaurado em 1933, na Alemanha. Por outro lado, o governo brasileiro, de Getúlio Vargas, restringiu a entrada de estrangeiros, fixando quotas: já havia contingentes populacionais suficientes para as fazendas de café e para a colonização com pequenos proprietários.
Esta, por sinal, foi a característica da imigração alemã, que, desse modo contribuiu para a constituição de uma classe média urbana e rural no país. Mas os alemães e seus descendentes também se tornaram industriais ou então operários fabris. No campo, eles também estão entre aqueles que empobreceram e se viram despojados de suas terras, enquanto outros foram buscar terras nas fronteiras agrícolas em expansão.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

MALEFÍCIOS DA TECNOLOGIA

O uso obsessivo das novas tecnologias está fazendo com que surjam novos problemas de saúde. Síndromes e doenças diversas aparecem junto com a compulsão pelo uso dos aparelhos como computador, celular e outros.
QUEIMADURAS DE BATERIA
Diversas baterias de celular e notebook com defeitos de fabricação já explodiram. A Sony fez vários recalls para trocar os produtos. Baterias pirata também podem explodir e vazar com maior facilidade. As queimaduras provocadas por estas explosões podem ser bastante graves.
LER
O novo videogame da Nintendo, o Wii, revolucionou o mundo do jogos eletrônicos. Mas o console também trouxe um novo problema, que já foi batizado de Wiiite. Diferente de outros videogames, o Wii utiliza uma série de movimentos que podem, se feitos em excesso, causar LER no pulso, cotovelo e ombros.
AUDIÇÃO PREJUDICADA
Ouvir música em volume alto por muito tempo pode causar danos à audição. Isso não constitui nenhuma novidade, mas o problema está se tornando mais grave com a enxurrada de aparelhos eletrônicos utilizados pelos jovens para ouvir suas músicas preferidas em alto e bom som. Médicos e pesquisadores alertam para o fato já há algum tempo. Não significa que você vá ficar surdo, mas mesmo pequenos danos já fazem diferença.
CANSAÇO OCULAR
O olho humano está acostumado a mudar o foco constantemente, para objetos pertos e longes. Entretanto, quando se fica muito tempo olhando para uma tela de computador, a distância tende a ser fixa. Ao longo do tempo, pode-se ter dores de cabeça, dor nos olhos, olhos secos, visão embaralhada, sensibilidade à luz e inabilidade temporária de fazer foco.

Como é Dura essa Tecnologia

A tecnologia, está tão avançada e muda tanto, que as vezes não conseguimos acompanhá-la. Está influencia em cada momento do nosso dia. Hoje em qualquer lugar que vamos, ela está presente, na escola, por exemplo, está usando-se cada vez menos o quadro negro, e este sendo substituído pelo data show, até em um banheiro as torneiras têm censores que ficam sabendo quando deve ou não liberar a água. Então está tecnologia, que nos ajuda tanto, pode acabar trazendo alguns transtornos se não soubermos usa-la devidamente, mostrando a importância de estarmos ligados nos avanços tecnológicos.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA




Este video mostra, em 40 segundos, do que a tecnologia, o homem, é capaz.